Sinopse
Os jovens João e Maria foram abandonados pelos pais na sombria floresta e acabam indo parar na casa de uma malvada bruxa. Mas o que parecia ser o fim acabou se tornando o começo de uma vida cheia de aventuras, uma vez que eles eliminaram a malvada e viraram verdadeiros exterminadores de criaturas do mal. Após o desaparecimento de várias crianças, os dois já adultos (Jeremy Renner e Gemma Arterton) são contratados pelas autoridades locais para desvendar o mistério. Só que eles não imaginavam que essa nova missão iria colocá-los diante da terrível Bruxa Negra (Famke Janssen), pronta para destruir não só a reputação de excelentes caçadores de bruxas, mas também as suas vidas.
Retirado do site: Adoro Cinema
Ei, depois de um longo tempo sem aparecer, aqui estou eu. Primeira postagem de 2013 do Meu Livro Rosa Pink. Ontem fui assistir mais um clássico das histórias dos irmãos Grimm adaptado para as telas de cinemas, João e Maria: caçadores de bruxa, do diretor Danny Boyle. É notável que cada vez mais a adaptação dos “contos infantis” para as telonas vem se tornando uma fonte rentável para as grandes produtoras de filme e o último deles, numa versão mais adulta, repleto de ação e sangue em 3D, não deixa a desejar.
O início do filme, com João e Maria ainda crianças, sendo deixados pelo pai em uma floresta sombria no meio da noite e encontrando misteriosamente uma casa repleta de doces, se parece muito com a estória que todos nós conhecemos quando crianças, mas há algo aterrorizante no ar e as crianças, logo percebem isso assim que descobrem que a “doce casa” pertence a uma malvada bruxa. Bom, nesse início o diretor já deixa claro que o filme não é meramente um inocente conto de fadas. A bruxa (imagine tudo que você conhece de feio e repugnante e multiplique por dez) me rendeu alguns sustos com closes da sua cara feia em 3D e fez minha imagem de infância de uma velha senhora, gordinha e com uma verruga em um pontudo nariz parecer piada. João, trancafiado é obrigado a comer doces enquanto sua irmã Maria trabalha para a bruxa (até então nenhuma novidade). Sempre tive minhas dúvidas do porque a bruxa sempre preferiu só comer o João (bruxa safadinha), mas o filme aborda essa preferência da bruxa com uma boa e um pouco confusa explicação, algo que só é desvendado no final do filme. Como esperado as crianças conseguem se libertar da bruxa, graças a Maria (o que seria dos homens sem as mulheres) e matam a bruxa.
Isso é tudo que conhecemos, mas não é o fim, não no filme. Passado alguns anos, os irmãos, agora adultos, vivem de perseguir bruxas (obviamente eles são pagos para isso) e são contratados para resgatar crianças de um pequeno vilarejo. Munidos de muitos armamentos, alguns eu até diria muito modernos para a época, os irmãos começam sua jornada pela caça a bruxa malvada. Confesso que no início, fiquei meio decepcionada com essa história toda de “bruxa malvada, velha e feiosa que vive no meio da floresta e faz mal a criancinhas”, apesar de já saber de antemão que o filme retrataria isso, mas eis que o diretor e o roteirista (é claro) me surpreendem novamente, com a existência de bruxas boas no filme, intitulada de bruxas brancas. Para quem já leu um pouquinho sobre a história das bruxas, sabe que esse “retrato” foi algo criado, na maioria das vezes, pelo clero e nobreza. As mulheres “bruxas” eram consideradas assim, por possuírem um vasto conhecimento da flora e fauna e participarem de rituais poucos compreendidos pelos homens da ciência. Tinham uma ligação com o cosmo, o universo e a natureza. Milhares delas foram mortas, por pura ignorância e preconceito (agradecimentos a J.K. Rolling nesse momento, seus livros mágicos da saga Harry Potter contribuíram para a descoberta desse fato, que na infância era desconhecido por mim).
Mas o filme não se trata só de sangue e perseguição a bruxas más. Com personagens coadjuvantes carismáticos o filme tem seus momentos engraçados. Destaque para o garoto do vilarejo fã da dupla perseguidora de bruxas, interpretado pelo ator Thomas Mann e para a criatura monstruosa que trabalha para as bruxas, interpretada pelo ator Derek Mears. Claro, que o filme, assim como todas as produções, tem suas falhas, como personagens que aparecem e somem sem explicação, fatos poucos explicados e diálogos algumas vezes confusos, mas acho que se o intuito do diretor e produtores do filme era entreter de forma divertida, eles conseguiram. Destaque também para o 3D, que deixou o filme mais excitante principalmente para os amantes das cenas de luta e ação.
Eu pessoalmente gostei do filme, é uma boa escolha para quem está de bobeira em casa e quer distrair a mente, mas talvez, as pessoas que gostam de filmes mais inteligentes não se agradem muito com a última versão de João e Maria para as telonas. E definitivamente, João e Maria: caçadores de bruxas, não é um filme para crianças.
Curiosidades:
- Os nomes de João e Maria, originalmente são Hansel e Gretel (sim, eu sei que não mudou nada na sua vida, nem na minha, mas até hoje eu jurava que os personagens se chamavam John e Marie).
- O personagem João tem diabetes. Ele conta em determinada cena do filme que foi obrigado a comer muito doces por uma bruxa quando criança (ei, isso foi bem irônico) e por isso precisa fazer uso de alguma substância (insulina?) através de uma injeção intramuscular. Tirando a bizarrice da coisa, eu achei a ideia educativa para crianças, mas como não é um filme recomendado para pequenos, fica a mensagem para os "grandinhos" que adoram exagerar nos doces.